Vários documentos políticos e técnicos internacionais atestam que vivemos uma crise mundial de saúde. Um exemplo é a Carta dos Povos pela Saúde (2000), fruto de uma Assembléia internacional envolvendo a população de todos os continentes do globo, que explicita a crise mundial através das desigualdades sociais, das práticas políticas injustas e da manutenção das relações de poder e dependência entre as nações, com a saúde sendo tratada como um bem comercial.
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Pesquisa do IBGE acerca de doenças crônicas para o ano de 2008. |
Tais enfermidades crescem continuamente, muitas vezes operando co-morbidades com as biopatias, depressões, outras doenças cardiovasculares e do aparelho respiratório a despeito de toda a tecnologia biomédica desenvolvida para combater tais adoecimentos, explicitando a limitação de lidar com tais sofrimentos.
A despeito de inúmeras legislações e acordos internacionais, como a Declaração de Alma Ata (1978) e os princípios do próprio Sistema Único de Saúde Brasileiro (2003), a saúde majoritariamente é tratada como seu antônimo a “doença” e serve como recurso lucrativo e instrumental. Um estudo realizado em Pernambuco com o título “Contra a desumanização da Medicina” reforça tais evidências (2003).
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Sessão de Acupuntura. |
Tem havido crescente interesse no campo da Integralidade e das Práticas Integrativas em saúde. A OMS desde a década de 50 instituiu um grupo de pesquisadores para avaliar tais práticas, passando em seguida a recomendá-la aos serviços públicos de saúde ao redor do mundo por apresentar inúmeros benefícios:
- são menos invasivas (apresentam menos ou nenhum efeito colateral em relação a tratamentos alopáticos);
- menos onerosos (pois demandas menos/ou nenhuma manipulação laboratorial e necessita de menos equipamentos dispendiosos);
- são eficazes em tratamentos em nível primário, e até secundário;
- empoderam os sujeitos que demandam cuidado, distribuindo o poder de cura entre os próprios pacientes;
- aproveita os recursos naturais locais;
- produz outras racionalidades médicas e de cuidado, ampliando o leque de estratégias de atenção à saúde.
Com aumento epidemiológico de doenças ditas “crônicas” e de doenças ocasionadas por hábitos e práticas sociais/culturais (causas externas), bem como a orientação prioritária do SUS na atenção primária, cada vez mais as Práticas Integrativas tem ampliado seu leque de atuação.
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Terapia Bioenergética. |
Bons resultados no cuidado à saúde diante de diversos quadros de adoecimento crônico, bem como na promoção de doenças e agravos por hábitos sociais, fazem de práticas como a Acupuntura, a Homeopatia, a Fitoterapia, a Análise Bioenergética, a Terapia Comunitária estejam ganhando espaço, reconhecimento e visibilidade social.
Na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), reunimos professores e profissionais de referência na região nestes diversos campos no Laboratório de Estudos, Pesquisas e Intervenção em Integralidade, para que através do exercício cuidadoso da pesquisa, do estudo e da prática localmente orientada, possamos expandir o conhecimento contribuindo para o desenvolvimento deste campo no âmbito local, regional, nacional e internacional.
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